6.3 O SENTIDO E O VALOR O SACRIFÍCIO DE CRISTO

 

6.3.1          A Eucaristia e o Sacrifício

·       Jesus se refere ao sacrifício ao dizer que “é o altar que santifica a oferenda” (Mt 23,19). É que, desde o Sinai, o altar era o “ungido”, tal como os “sacerdotes”, com o “óleo da Unção”(Ex 30,25-30), preparado de acordo com normas do próprio Iahweh, em virtude do que, “santificava tudo o que o tocasse”. “Oferecias pelo altar um sacrifício pelo pecado, quando fizeres por ele a expiação (“com sangue”), e o ungirá para alimenta-lo. (…),” assim o altar será santíssimo e tudo que o tocar, será santificado”  (Ex 29,36-37).

 

6.3.2        A Eucaristia é Sacrifício

·       Jesus identifica o verdadeiro Pão do Céu como o Pão de Deus, que desce do céu e dar vida ao Mundo, o que não deixa de ter referência clara com o MANÁ, agora aperfeiçoado pelo “pleno cumprimento” (Mt 5,17) que Ele lhe imprime, por meio DAR VIDA AO MUNDO. O maná, por si só, não possuía essa virtude vivificante, tendo sido dado para alimenta-los, tão somente, mesmo que material e espiritualmente, como resposta de Iahweh as murmurações do Povo de Israel” (Ex 16,3-4.15).  “Todos comeram o mesmo alimento espiritual” (1Cor 10,3).

6.3.3        A Eucaristia e a Páscoa

·       É o próprio Jesus que ao instituir a Eucaristia, após o ritual da Páscoa dos Judeus vincula tudo isto ao que denominou NOVA ALIANÇA, INSTITUI O SACERDÓCIO DELA e inclui o Memorial. É Ele que as relaciona, mostrando assim o “pleno cumprimento” (Mt 5,17) que Ele  mesmo  lhes  imprimiu:  “Bebei  dele  todos,  pois isto é o MEU SANGUE, O SANGUE DA ALIANÇA,  que é derramado por muitos para a remissão dos pecados” (Mt 26,27-28); Mc 14,24; Lc 22,20; 1Cor 11,25). “Este cálice é a NOVA ALIANÇA EM MEU SANGUE, todas as vezes que dele beberdes, fazei-o em MEMÓRIA DE MIM”. (1Cor 11,25) Para realçar esse fato, de identidade de Jesus Cristo como o Cordeiro Pascal, é que os Evangelistas que narram a instituição da Eucaristia, dispõem-na no mesmo dia da Sua Morte, levando-se em conta que o dia para o judeu começava a tarde e terminava na tarde seguinte. É o próprio Jesus que vinculou todas, – Páscoa e Aliança, Eucaristia e Morte na Cruz, – tornando-as inseparáveis: (Mt 26,26-28; Mc 14,22-24; Lc 22, 19-20).

·       Mt 26,26-28 (Mc 14, 22-25): A ceia pascal de Jesus com os discípulos recorda a multiplicação dos pães. Ela substituiu as cerimônias do Templo e torna-se o centro vital da comunidade formada  pelos  que  seguem  a Jesus.

·       O gesto e as palavras de Jesus não são apenas afirmação de sua presença sacramental no pão e no vinho. Manifestam também o sentido profundo de sua vida e mortes, isto é: Jesus viveu e morreu como Dom gratuito, como entrega de si mesmo aos outros, opondo-se a uma sociedade em que as pessoas vivem para si mesmas e para seus próprios interesses. Na ausência de Jesus, os discípulos são considerados a fazer o mesmo (“Tomem”): partilhar o pão com os pobres e viver para os outros.

·       Lc. 22, 14-23: A última Páscoa celebrada por Jesus indica o sentido da sua morte: Ele se entrega totalmente (corpo, sangue) em favor dos homens. Trata-se do gesto supremo do amor que liberta os homens de uma vida marcada pelo mal do egoísmo, só assim se constrói a Nova Aliança, que produz a sociedade fundada no Dom de si para o bem de todos.

 


6.3.4        Eucaristia e Cordeiro Pascal

(Cardeal Lercaro, Livro “Eucaristia em nossas mãos” – Liturgia e Catequese – Ed. Paulinas)

·     Lemos nas Escrituras que o sangue do Cordeiro Pascal e comido apressadamente, em pé, com trajes de viagem, preservou a vida dos primogênitos hebreus, libertou Israel da escravidão do Egito e permitiu que o povo escolhido atravessasse o mar Vermelho, encaminhando-se para terra, onde fluía o leite e o mel (Ex 12ss).

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