6.4 O MISTÉRIO PASCAL DE CRISTO EM SUA AMPLIDÃO:

·       Mistério Pascal de Cristo abrange toda a vida de Jesus, desde a encarnação até à sua glorificação. Diz-nos a Bíblia que o Verbo, ao encarnar-se, disse:  “Não quiseste sacrifícios nem oblação, mas formaste-me um corpo; não te agradaram holocaustos nem vítimas expiatórias, então eu disse: Eis-me aqui… para fazer, ó Deus, a tua vontade” (Hb 10,5-7).

·       Liturgicamente falando, o mistério pascal não se limita ao dia da ressurreição. Nem mesmo aos três dias sagrados da semana santa, em que comemoramos a paixão, morte e sepultura do Senhor. Não se limita, também aos cinqüenta dias que precedem a festa de Pentecostes. É todo ano litúrgico que procura descrever a páscoa de Cristo.

·       Devemos viver o Mistério Pascal: Se o mistério pascal está presente em nós, podemos dizer que vivê-lo é a vocação dos cristãos, e fazê-los é viver por outros – é a missão do cristão-apóstolo.

·         Hoje não podemos absolutizar uma dimensão da Eucaristia, pois, ao longo da História e do estudo teológico e bíblico, a Eucaristia é vista do ponto de vista de vários níveis:

1.    Como Páscoa:  mesmo resgatando a dimensão semítica (Ex 12), alguns dizem que a ceia de Jesus não foi a ceia Pascal judaica, mas uma ceia de amigos (Jo 13, 1ss);

2.    Como Memória:  Jesus manda celebrar em sua memória, não ordena que faça um gesto mágico (1 Cor 11,24; Lc 22,19);

3.    Como Aliança (Mt 26,28; Mc 14,24; Lc 22, 20);

4.    Como Refeição:  Aqui tem que se fazer uma distinção, porém, complementares.  Primeiro esta refeição é traduzida no Banquete eclesial: a comunidade é Corpo de Cristo ( 1 Cor 11, 10-12). Ela é corpo eucarístico e comunitário.  Se comermos e bebermos é para entrar em comunhão com Jesus Cristo, por isso é que Paulo vai dizer: “O cálice de benção que abençoamos não é comunhão com sangue de Cristo?  O pão que partimos não é comunhão com o corpo de Cristo? “ (1 Cor 10,16). Segundo, este banquete que celebramos já é sinal do Banquete escatológico;

5.    Como Sacrifício:  o altar atribui a dimensão de sacrifício, lembrando os sacrifícios antigos.  O sacrifício é o sacramento, sinal, do sacramento invisível.  Ë o sinal que entregamos TUDO à Deus.  No Antigo Testamento temos vários sacrifícios: Holocausto; Sacrifício de Comunhão; o Expiatório; Aliança. No Novo Testamento temos a morte de Jesus como o grande Sacrifício (2 Cor 5,21).  A Igreja define a Eucaristia como Sacrifício no sentido de completitude e novidade dos sacrifícios antigos.  A missa não é um novo sacrifício, mas o memorial do sacrifício de Cristo na cruz, é a presença hoje de toda ação de Deus na história, ontem, hoje e sempre;


 

6.    Presença Real de Cristo em nosso meio:  Como presença  atuante (Ele é o sacerdote atuante na Eucaristia); como presença anamnética (no sentido hebraico); presença substancial (é o Cristo e continua sendo, por isso se tem as reservas eucarísticas).

·         Por fim, é necessário, hoje, resgatar a dimensão familiar da Eucaristia a tal ponto que quando as pessoas vierem à missa possam se sentir acolhidas e em sua própria fraternidade.

 

Síntese Teológica da Eucaristia:

·     A Eucaristia é  um ato de Cristo e da Igreja;

·     É o “Memorial” do Mistério Pascal da Salvação;

·     Banquete sacrificial em que Cristo está presente e se transmite aos cristãos;

·     É o Mistério da fé que constrói o Povo de Deus; e

·    É a Realidade orientada dinamicamente para o retorno glorioso do Cristo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Notas Finais de Esclarecimentos do texto do Capítulo  6



[1] Catecismo da Igreja Católica 1328 a 1332.

[2] Conforme Mt 26,26, 1Cor 11, 24

[3] Conforme CIC 1187, Liturgia é a obra do Cristo inteiro, cabeça e corpo. Nosso Sumo Sacerdote celebra sem cessar na liturgia celeste, com  santa mãe de Deus, os apóstolos, todos os santos e a multidão dos que já entraram no Reino.

[4] Conforme 1Cor 10, 16-17.

[5] Recordação

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