· Um dos estados de vida que é santificado por Nosso Senhor Jesus Cristo é o estado matrimonial. Assim como Jesus abençoa um Sacerdote como um Sacramento especial, assim também abençoa o homem e a mulher que se unem para formar uma família. Para isso Jesus instituiu o Sacramento do Matrimônio, ou Casamento.
· O matrimônio pode ser chamado também: a consagração dos pais. Pois este sacramento é santificada a família e consagrada ao Senhor para ser um pequeno santuário, um Igreja doméstica, onde pai e mãe dentro do sacerdócio comum dos fiéis realizam a sua missão. ‘E o sacerdócio da família.
w A palavra matrimônio vem do Latim mater, e significa mãe. Ou ainda matrimonium que significa mulher casada ou casamento. Tem-se então que a função de ser mãe, significando a grandeza e o valor da maternidade. Onde se diz "maternidade" leia-se "filhos".
w O fim principal do casamento é a procriação. O amor mútuo é também um fim, porém subordinado, no sentido de depender do fim principal. Assim também o equilíbrio da concupiscência que proporciona o casamento.
w Deus criou nossos primeiros pais como esposos e os uniu para toda a vida. Deste modo, Deus instituiu o casamento natural: “Por isso o homem deixa o seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só carne (Gn 2,24)”.
w Quando Jesus veio ao mundo para nos salvar, elevou este casamento natural à dignidade de Sacramento, ou seja, deu a esta união do homem e da mulher um valor sagrado, com as graças correspondentes para a missão que recebem. Por isso, São Paulo compara o casamento à união de Jesus Cristo com a sua Igreja, esposa de Cristo. “Assim como Jesus ama a Igreja e morre por ela, os esposos amam-se e vivem um pelo outro”. (Ef 5,22)
w Deus une o homem e mulher desde o inicio da criação, como o próprio Cristo enfatizou em Mc 10, 6-9: “… desde o início da criação, Deus os fez homem e mulher. Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe, e os dois serão uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não deve separar.”
w Cristo quis fazer ver aos fariseus que o interpelaram no episódio relato em Mc 10, quando ele recusava ver o matrimônio como uma permissão ou restrição de legalidade, mas ver o matrimônio no sentido fundamental da aliança de amor e, como tal, abençoada por Deus e com vocação de eternidade.
w Diante desse princípio fundamental, marido e mulher são igualmente responsáveis por uma união que deve crescer sempre, e os dois se equiparam quanto aos direitos e deveres.
w O ministro do Sacramento do Matrimônio são os próprios noivos. O Padre ou o Diácono Permanente é a testemunha principal, que assiste a este juramento solene que os noivos fazem diante de Deus. Este juramento é a aliança que os dois assinam, pelo qual eles selam esta união para toda a vida, com a finalidade de ter os filhos que Deus quiser lhes dar.
A. Matéria: do Sacramento do Matrimônio é a aceitação do contrato de aliança de amor.
B. Forma: do Sacramento são as palavras que eles dizem para significar que aceitam o contrato de aliança de amor: o “sim”.
w O Matrimônio é muito mais que um acordo particular entre duas pessoas. É uma vocação sacramental dentro da Igreja e para ela. É um meio pelo qual Cristo revela e aprofunda o mistério de sua união conosco, seu corpo. Portanto, marido e mulher vivem uma verdadeira vida sacramental quando seguem as palavras de São Paulo: "Submetei-vos uns aos outros no temor de Cristo" (Ef 5,21).
w Na Igreja católica, a união sacramental de um casal é exclusiva (um só homem com uma só mulher)e indissolúvel (até que a morte os separe). São essas as maneiras concretas pelas quais se torna realidade a misteriosa união entre marido e mulher, entre Cristo e a Igreja.
w Jesus tomou o casamento e fez dele o sacramento do Matrimônio. Em conseqüência, o Matrimônio dá nova dimensão à vocação cristã que começa no Batismo.
w No Matrimônio, marido e mulher são chamados a amar um ao outro dum modo muito prático: atendendo um ao outro nas suas necessidades mais pessoais; esforçando-se seriamente por comunicar um ao outro seus pensamentos e sentimentos pessoais, de tal forma que sua união continue sempre viva e em crescimento. Este amor é sexual de modo explícito e belo. Como afirma o Vaticano li: "Este amor se exprime e se realiza de maneira singular pelo ato próprio do matrimônio (Gaudium et Spes, n.º 49).
w O casal não vive uma vida de amor porque por sorte eles se entendem: fazem-no consciente e deliberadamente, porque é esta a sua vocação e porque o Matrimônio é, na expressão de São Paulo, "um grande mistério… em referência a Cristo e à Igreja" (Ef 5, 32).
w Esse ato de se juntar com o sexo oposto para juntos viverem em uma só carne é o próprio Sacramento do Matrimônio. Este é um Sacramento de Serviço (junto com a Ordem), através dele nos unimos ao sexo oposto para juntos construirmos uma família. O Matrimônio é uma doação total ao outro e à Deus, somos chamados a construir uma família cristã, com pensamentos retos e morais.
w Podemos então chegar a conclusão que o Sacramento do Matrimônio é uma das grandes obras divinas, que foi criado para o Amor Familiar. A Família é o grande investimento que Deus criou, é através dela que se educa cidadãos retos procurando a imitação de Cristo Jesus.
· Leituras Sugeridas
· Gn 1,28
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· Gn 2,24
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· Gn 2, 18
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· Eclo 36, 24-25
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· Eclo 1, 19
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· 1 Cor 7, 1-5
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· Ef 5,32-33
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· Tb 7,15
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· 1 Cor 7,3-10
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· Mt 19,4-6
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· Mc 10, 6-9
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· 1 Cor 7, 10
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· Ef 6,4
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· Ef 5,25-33
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¨ Reflexões
1. Quais são as condições indispensáveis para o casamento feliz?
2. Quais serão as causas de haver tantos casamentos desajustados?
3. Por que os católicos recebem o sacramento do matrimônio?
4. Quando a família é uma Igreja doméstica?
5. Quais os valores fundamentais e invioláveis da família?
6. Quais os direitos e deveres dos esposos?
7. Por que a Igreja não aceita o divórcio?
9.3.7 Outros Observações sobre o casamento
Diferenças entre o casamento católico e união livre atual
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Casamento Católico
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União livre
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Os dois se unem para formar uma sociedade, a família. Não é uma soma, mas algo de novo com características próprias.
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Os dois se unem para fazer uma experiência em comum. Soma de interesses particulares.
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Se é uma sociedade, então a família tem objetivo próprio e os meios para alcança-los.
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Não sendo uma sociedade, cada um tem seu objetivo próprio. O meio de alcança-lo é o outro. É a origem das brigas e desavenças.
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Toda sociedade é voltada para o seu próprio crescimento. Ela busca necessariamente os frutos.
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Os interesses particulares de cada um não exigem frutos exteriores. Os filhos são "programados" quando há interesse dos dois em tê-los.
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Sendo uma sociedade, solenemente constituída diante de Deus e da Igreja, os dois são obrigados a cumprir as regras do contrato. Daí o bem da Fidelidade.
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Não sendo uma sociedade, as regras são puramente pessoais, promessas feitas um ao outro, laços frágeis que se rompem com facilidade. A fidelidade é fictícia.
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Toda sociedade supõe a intenção de perdurar no tempo. Daí a indissolubilidade do casamento decretada por Deus.
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Uma experiência é em si mesma uma realidade passageira, temporária, mesmo se este tempo chega a ser longo.
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Os membros dessa sociedade unem seus esforços e interesses pelos objetivos e frutos da sociedade. É o fundamento do verdadeiro amor.
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Os pares unidos experimentalmente se amam por paixão sentimental que é passageira e sujeita a variações. Não é verdadeiro amor por falta de fundamento sólido.
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A família é um todo, o casal e os filhos são suas partes. O bem do todo é mais importante do que o bem das partes. Cada um deve renunciar ao seu próprio interesse quando este for contrário ao interesse do todo.
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A união sem vínculo matrimonial é um amontoado de interesses particulares impostos como supremos. Mais cedo ou mais tarde haverá choques de interesses.
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[1] Catecismo da Igreja Católica (CIC) 1421
[2] Catecismo da Igreja Católica (CIC) 1537
[3] CIC – Codex Iuris Canonici – Cân. 1024
4 Catecismo da Igreja Católica (CIC) 1594
5 Catecismo da Igreja Católica (CIC) 1595
6 Catecismo da Igreja Católica (CIC) 1596
7 Catecismo da Igreja Católica (CIC) 1598
8 Catecismo da Igreja Católica (CIC) 1599
9 Catecismo da Igreja Católica (CIC) 1600