w Depois de ter-se estudado os Sacramentos que significam o nosso nascimento espiritual (Batismo), crescimento espiritual (Crisma), alimento espiritual (Eucaristia) e remédio espiritual (Confissão), falta-se estudar o Sacramento que nos prepara para a morte, antes de chegarmos à Ordem e ao Matrimônio. Este Sacramento que nos prepara para a morte se chama Unção dos Enfermos.
w A palavra unção vem do Latim unctio, e significa ato ou efeito de ungir, de aplicar óleo consagrado numa pessoa.
w Enfermo vem também do Latim infirmus – ‘fraco, débil, adoentado”.
w Do mesmo modo que na doença e em perigo de morte precisamos de um fortalecimento especial para o corpo, precisamos igualmente fortalecer a alma, deixando-a pronta para essa passagem terrível que é a morte, quando estaremos diante de Nosso Senhor Jesus Cristo para sermos julgados dos nossos atos.
w Para nos ajudar a ir para o Céu, nesse momento da doença grave, Jesus Cristo, o amigo dos doentes, vem-nos em auxílio e institui o Sacramento da Unção dos Enfermos. Sabe-se que Jesus instituiu o Sacramento da Unção dos Enfermos, pelo que está escrito na Epístola de São Tiago, Apóstolo: “Alguém dentre vós está enfermo? Mande chamar os Presbíteros (Padres) da Igreja e orem sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor; e a oração da fé salvará o enfermo e o Senhor o aliviará e os pecados que tiver cometido ser-lhes-ão perdoados” (S. Tiago, 14).
w Esta carta de São Tiago nos mostra que os Apóstolos já administravam o Sacramento da Extrema-Unção, ou seja, eles só podem ter aprendido isso do próprio Jesus Cristo.
w Todo católico que, por doença, acidente ou velhice avançada, estiver em perigo de morte, deve receber a Extrema-Unção. Mesmo as crianças com doenças graves e em perigo de morte podem recebê-la, desde que já tenham alcançado a idade da razão.
w Normalmente, devemos receber a Extrema-Unção já tendo recebido a absolvição dos pecados. Ao menos devemos ter o arrependimento de todos os nossos pecados. Ajudado pelo Padre, o doente se encherá de confiança ao pensar que Jesus Cristo, o vencedor da doença e da morte, lhe traz auxílio e faz com que sua doença lhe sirva para sua salvação e a salvação de muitos outros. A Extrema-Unção deve ser dada a tempo para que o doente receba o Sacramento ainda plenamente consciente, para que possa acompanhar as orações do Padre e dos familiares.
w Sabemos que os Sacramentos que imprimem caráter (Batismo, Crisma e Ordem) nunca podem ser recebidos mais de uma vez. A Unção dos Enfermos não imprime caráter. Ela perde seu efeito sacramental quando a doença desaparece e o doente se recupera. Se, depois disso, essa pessoa voltar a ficar doente, com perigo de morte, ela poderá receber novamente a Unção dos enfermos. Mas, enquanto durar a doença, o Sacramento, já recebido uma vez, se mantém na alma e faz daquela pessoa uma alma consagrada a Deus, para que Ele tenha por ela um cuidado todo especial. Por isso, não se deve receber mais de uma vez a Unção dos enfermos durante a mesma doença. Uma só vez basta para que os efeitos atuem durante todo o tempo que durar aquela doença.
w O Sacerdote unge o doente com o óleo dos enfermos que é a matéria do Sacramento da Unção dos Enfermos. Esta unção deve ser feita seis vezes: nos olhos, nas narinas, nos ouvidos, na boca, nas mãos e nos pés. Para cada unção o Padre repete a forma do Sacramento da Unção dos Enfermos. Temos então:
A. Matéria: o óleo dos enfermos – é um dos óleos consagrados pelo Bispo na Quinta-feira Santa, na Missa Crismal (assim chamada por causa da benção dos óleos). Deve ser obrigatoriamente de oliveira, ou seja, azeite doce.
B. Forma: Por esta santa unção e por sua grande misericórdia, Deus te perdoe tudo que fizeste de mal pela … vista (ouvido, olfato, gosto e palavras, tato, passos).
I. Aumenta a graça santificante restabelecida pela Confissão;
II. Perdoa os pecados que não puderam ser confessados (se houver contrição);
III. Destrói as penas temporais devidas aos pecados já perdoados (se houver disposição para isso);
IV. Traz saúde para o corpo, se isso for bom para a alma.
RESUMO
w Quando temos alguém na família com uma doença muito grave, perto da morte, devemos rezar para que ela queira chamar o Padre, para que faça uma boa Confissão e receba a Unção dos enfermos.
w Não devemos ter medo de ver um Padre entrar na casa de um doente, ao contrário. Ele não traz a morte, como muitos pensam, mas a vida, que é a presença de Jesus na alma do doente.
w Com a graça de Deus no coração, o doente recupera as forças da alma, passa a rezar, a se preparar para ir para o Céu.
w É verdade que a morte é muito triste, mas também é verdade que pela morte vamos para o Céu, para ver a Deus na felicidade eterna.
Notas Finais do Texto do Capítulo 8